Rato Preto é um coletivo da espécie fantasma que é acordado em momentos específicos e inconvenientes. Seus integrantes Leonardo Rack e Raphael Cruz, realizam ações artísticas afirmativas e críticas que dialogam com o seu território e a cidade do Rio de Janeiro.

Desde 2017, os dois artistas trabalham juntos em home estúdio na Baixa do Sapateiro, Favela da Maré. Rato Preto é um ateliê aberto de circulação de pessoas, artistas, de criação de redes, debates, grupo de estudos, produção, criação de pensamentos, etc.

Cruz

Nascido em Irajá, em 1991, em uma família quilombola de sambistas, passistas e da Velha Guarda da Portela. Tem a música e as manifestações culturais brasileiras de matriz africana como suas referências principais. Seu trabalho tem influências que vão da arte antiga africana, da espiritualidade ancestral a manifestações da cultura negra popular, como a capoeira, o jongo e o samba. A partir de uma formação autodidata, trabalha com diferentes linguagens, como a pintura, o áudio, o vídeo e a fotografia.

Desenvolve sua pintura sobrepondo conhecimentos e experimentações em diferentes técnicas e suportes, como a tela, a parede e o corpo. Seu trabalho se relaciona diretamente com os territórios onde se insere; através da pintura, transgride tempos e espaços, bem como realiza trocas entre pessoas e lugares.

Produz trabalhos artísticos desde 2000, em diálogo com o grafite e a pichação. Após residir em Berlim, em contato com o grafite e a cena negra das artes, retorna ao Rio e participa de duas exposições coletivas: Caminhos de Ogum (Sesc Madureira) e Tipo Coletivo (galeria Tipografia, na Gamboa), ambas em 2019.

Cruz também é produtor/realizador do Passa o Satélite, uma ocupação artístico-cultural independente que está inserida na agenda cultural da Zona Norte.

Seu estúdio se encontra na Maré, na Baixa do Sapateiro; junto com o artista Rack, produz em formato de ateliê aberto ou residência artística.

Instagram @ratopretostudio

Rack @derrete77
Cruz @rphl.cruz

Rack

Rack (1988) se interessa por retratos e investe na técnica do desenho desde criança. Em 2007, fez um curso de grafite e, em seguida, estudou Artes Visuais no Galpão Aplauso.

Seu trabalho se construiu a partir do acúmulo de referências do grafite, do picho, das artes visuais e da cultura hip hop. Aplicou essas técnicas sobrepostas em diversos suportes, com materiais geralmente recolhidos na rua, explorando o encontro entre seu corpo e as pessoas que circulam nas ruas, e como elas se comportam a partir desse encontro. Imagens do subconsciente atravessam sua experiência artística e se materializam em desenhos e pinturas. Suas obras investigam rostos por meio da técnica do riscado. Alguns de seus trabalhos são encontrados na Av. Brasil, debaixo de viadutos e até em cracolândias. Muitos deles são efêmeros propositalmente, já que são feitos em cima da fuligem de fogueiras encontradas nesses locais.

Na juventude, ao ajudar o pai a construir uma varanda em madeira maçaranduba, entrou em contato com o material. Atualmente, recupera a maçaranduba como suporte, que se soma às técnicas artísticas acumuladas anteriormente.

Rack também é tatuador e ilustrador. Seu estúdio se encontra na Maré, na Baixa do Sapateiro; junto com o artista Cruz, produz em formato de ateliê aberto ou residência artística.